Conhecida como Terra de Jorge Amado, a Princesinha do Sul atualmente não se encontra em bons cuidados pela falta de cuidado do governo. Conheceremos aqui um pouco sobre a terra imortalizada por Jorge através dos seus romances que encantam até hoje pessoas de todas as idades.
Casarões, Bataclan, Vesúvio, Catedrais retratam o Centro Histórico de Ilhéus e transpassa toda a trajetória da magnífica historia da cidade.
O Casarão Verde foi construído pelo
personagem fictício de Jorge Amado, Tonico Bastos, com real nome de Antônio
Pessoa da Costa e Silva, filho de Ramiro Bastos, retratado atualmente na novela
Gabriela. Essa família possui ainda um outro Casarão na qual funcionava o Cartório
onde foi a retirada da possível certidão de nascimento da Gabriela para que ela
pudesse se casar com Nacibi.
O Casarão Rosa era a casa do Mizéu
Tavares construído pelo próprio para morar com sua família, sua esposa e sua
filha Malvina. Para a inauguração desta casa, o jantar foi francês com
orquestra. Mizéu era um trabalhador comum que começou a emprestar dinheiro e
cobrava juros, se tornando mais tarde um dos maiores produtores de cacau da
cidade. Faleceu em 1948 e a casa atualmente não é aberta a visitação. A família
tentou vender, mas com o valor muito alto, ninguém comprou o imóvel. Então, um
grupo de maçons consegue o dinheiro e transforma o casarão numa regeneração
para maçons.
A Igreja Matriz de São Jorge é o
prédio mais antigo do município. A sua construção primitiva era em formato de
T, mas ao longo do tempo para a abertura da rua Conselheiro Francisco Badaró,
foi retirada uma torre e a Igreja sofreu algumas mudanças e atualmente tenta-se
manter características primitivas e originais. O calçamento da rua é totalmente
diferente, com pedras azuis. Historiadores contam que essas pedras vieram como
lastros de navios e após o carregamento do navio, ele encalhou e teve-se que
retirar as pedras para o seguimento da viagem. Nessa época, Ilhéus estava na
rota do comércio do Rio de Janeiro e Europa, logo toda as embarcações que
subiam ou desciam, tinham por obrigação aportar no Porto de Ilhéus. Outra
história sobre o calçamento da rua é que o Coronel Mizéu Tavares mandou calçar
a rua para o casamento de sua filha ou ainda contam que o Coronel mandou calçar
a rua para a ‘’união’’ dos santos padroeiros São Jorge e São Sebastião. Nessa época, Ilhéus estava na rota do comércio do Rio de Janeiro e Europa, logo todas as embarcações que subiam ou desciam, tinham por obrigação aportar no Porto de Ilhéus. Outra história sobre o calçamento da rua é que o Coronel Mizéu Tavares mandou calçar a rua para o casamento de sua filha ou ainda contam que o Coronel mandou calçar a rua para a ‘’união’’ dos santos padroeiros São Jorge e São Sebastião.
A Casa dos Artistas tem mais de 20 anos de história para contar. Uma caminhada que começou
com a construção adquirida pela família Hans Koella em 1985. A casa, conforme a escritura é construída de
alvenaria de pedras e de tijolos, coberta de telhas, toda forrada, piso de madeira,
de cerâmica e de cimento, com cinco quartos, sala, corredor, sanitário, quarto
e sanitário de empregado, cozinha, pátio, varanda e demais dependências,
edificada em terreno próprio. A fachada está bem conservada, mas a parte
interna foi modificada para atender às novas finalidades.
Neste ano, o espaço, construído pelo Coronel
Domingos Adami de Sá, foi adaptado
para as funções da Casa dos Artistas.
A Casa
de Jorge Amado tem uma longa história. Por causa de uma certa quantia de
dinheiro que ganhou, a família veio de Ferradas, em 1918, e construiu em um
terreno a casa para morar com a família.
A construção teve início em 1920, sob o comando de Maximiano Souza
Coelho, e o prédio foi inaugurado em 1926. A casa não tem um estilo próprio,
sendo considerada eclética, com mistura do neoclássico e do colonial, na
verdade, uma mistura de estilos. O piso é todo original, a madeira da casa é
jacarandá trabalhado, madeira própria da região, de baixo custo e alto valor.
Era muito usada nas casas, por trás das janelas, porque ficava inviável
utilizar cortinas em tecido, já que todo tecido
existente naquela época, em Ilhéus, era estrangeiro. O lustre da sala principal
é de vidro, não é cristal verdadeiro, não é o original, mas é da época.
As bandeiras das portas são trabalhadas em
ferro fundido, estilo neoclássico francês. Existem também as bandeiras de vidro
colorido em estilo colonial. O mármore da casa veio de Carrara, na Itália. Era
muito encontrado e utilizado na época, de fácil aquisição, porque por Ilhéus
passavam navios estrangeiros. O piso é todo original em jacarandá e vinhático,
formando quadrados em duas cores, trabalho bastante utilizado na época. Os
ladrilhos que ornamentam a varanda são da época, em art-nouveau ingleses.
Apresentam motivos náuticos e florais: barcos e orquídeas.
Em 1988, a Casa foi doada ao Município, pelo
Estado, foi tombada e inaugurada em 27 de junho de 1997, com a presença do
próprio escritor e de sua família. Nesta casa Jorge Amado escreveu O País do Carnaval.
O bar Vesúvio foi inaugurado, entre 1919 e 1920, no ponto mais
freqüentado da cidade que começava a crescer e despontava como a mais
importante do interior da Bahia.
Seus primeiros proprietários foram dois
italianos e seu nome é uma homenagem ao famoso vulcão localizado na terra natal
dos proprietários.
O bar ficou famoso por fazer parte do
universo ficcional criado por Jorge Amado. O Vesúvio foi vendido a um português
de nome Figueiredo, casado com uma linda mulata chamada Felipa, muito admirada
pelos rapazes da época. Segundo Sá Barreto, é provável que a Gabriela de Jorge
Amado tenha sido inspirada nesta moça de “fartas ancas” e cor de canela.
É lá que se localiza o boneco de Jorge
Amado feito como homenagem ao autor representando o lugar onde Jorge costumava
se sentar todas as tardes e escrevia suas obras.
No ano de 1927, foi
mandada demolir a capela de São Sebastião, para que fosse construída uma Catedral de São Sebestião em seu lugar.
A construção da nova e majestosa catedral originou muita discussão, sobre o
projeto e sobre a localização.
Este
imponente templo da igreja católica representou o sonho da comunidade ilheense
por mais de trinta anos. Ela representa o sonho do bispo que iniciou as obras,
D. Eduardo, que foi sepultado na própria igreja e é até hoje motivo de
idolatria, sendo considerado santo por muitos fiéis. A catedral foi inaugurada
em 1967, levou mais de trinta anos para ser construída.
O tamanho da igreja impressiona. Ela tem,
em sua abóbada principal, 48 metros de altura. No que pese não poder ser
considerada um primor de arquitetura, tem um enorme valor cultural, pelo que
representa para a sociedade local e para a atividade turística do município.
Segundo depoimen-tos a “maravilha das
maravilhas foi a sua inauguração”. No dia da inauguração, a Catedral parecia um
Vaticano em miniatura, tal a beleza, a pompa e circunstância daquela festa.
A catedral de São Sebastião é, sem dúvida, o
símbolo da cidade de São Jorge dos Ilhéus e ponto de atração turística dos mais
importantes. Os turistas não deixam de visitá-la, reclamam nos períodos em que
ela se encontra fechada e levam da cidade uma bela recordação da grandiosidade
da igreja.
O cabaré Bataclan tornou-se
famoso por ser importante cenário no livro Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado.
Ali os coronéis do cacau
iam em busca de diversão quando vinham das fazendas para acertar negócios e
vender cacau.
Do
ponto de vista da arquitetura, esse prédio não tem grande valor. Seu valor é
cultural e está diretamente ligado à obra amadiana. É um dos locais mais
procurados pelos turistas, que querem visitá-lo. Andou em ruína durante muito
tempo e, no final da década de noventa, teve a fachada restaurada; foi
reconstruído e transformado em espaço cultural. Era uma casa de diversão, com
cassino, mulheres, música e bebida.
Segundo
depoimento de pessoas mais velhas, o cabaré não ocupava os dois andares, estava
localizado apenas na parte de cima do prédio. No primeiro andar existia um
armazém de secos e molhados, onde se guardavam mantimentos trazidos pelos
navios. Na década de trinta o Bataclan não mais existia. Ainda segundo
depoimentos, mais tarde, o prédio passou a ser do cabaré de Juninha. A dama do
Bataclan chamava-se Antonia Machadão (Maria Machadão no romance Gabriela). Há quem fale que existia uma passagem secreta
do Vesúvio para o Bataclan, mas só existia um terreno baldio onde as pessoas
passavam e nessas vindas e idas encontravam-se alguns coronéis. Quando os jogos
e cassinos foram proibidos no Brasil e o Bataclan fecha as portas e fica praticamente
abandonado. O prédio encontrava-se em ruínas e foi desapropriado pelo prefeito,
em 1984, para ser transformado em espaço cultural.
Após a reconstrução,
realizada numa parceria da Prefeitura Municipal com a Petrobrás, foi
transformado em espaço cultural, com café, local para exposições e uma réplica
do quarto de Maria Machadão. Com dois meses de inaugurado, já havia recebido
mais de onze mil visitantes. Hoje, a parte de cima do Bataclan serve como
memorial com fotos antigas da cidade e uma réplica do quarto de Maria Machadão.
A Estância Hidromineral de Olivença é
um dos mais importantes pontos do turismo ilheense. Está localizada a 16
quilômetros ao sul da sede, em estrada asfaltada, ao lado da praia em quase
toda a sua extensão.
As primeiras notícias que temos da
Estância de Olivença são dadas por Silva Campos que afirma que, por volta de
1650 a vila de Ilhéus possuía uma aldeia de índios mansos, denominada Nossa
Senhora da Escada. A aldeia pertencia aos padres jesuítas. A região onde está localizada a Estância Hidromineral
possui águas ferruginosas que, dizem, pode curar muitas doenças. O mesmo autor
afirma que uma das fontes recebeu o nome de Fonte dos Padres, certamente por
causa do tempo dos jesuítas.
As águas dos rios
daquela região são escuras e radioativas por conta da presença de cloro, ferro
e iodo magnético, sendo indicada para as doenças da pele, rins, sistema
circulatório e aparelho digestivo. O valor das suas águas foi descoberto pelo
padre Torran, cujo valor medicinal comparou à de Vichy, na França
Olivença, distrito de Ilhéus, possui vida
própria, pois é um balneário localizado à beira mar, muito procurado pelos
turistas. Lá encontramos pousadas, bares, o balneário da Tororomba, com piscina
pública para adultos e crianças, com água corrente sem tratamento, e o “véu de
noiva”, uma cortina artificial de água que é excelente para tirar o sal depois
da praia e para amaciar os cabelos.
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